O resfriado comum ou rinofaringite aguda viral é a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais comum na infância e em crianças menores de 5 anos de idade ele pode ocorrer até 8 vezes ao ano, causado pelos diversos vírus que infectam os seres humanos e entre as centenas deles os mais comuns são os rinovírus, vírus sincicial respiratório, coronavírus, parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus e outros mais raros. Os sintomas típicos são congestão nasal, coriza, dor de garganta, tosse, espirros, febre, irritabilidade, perda do apetite, diarreia. Algumas vezes essas infecções virais criam condições para infecções bacterianas secundárias como otites médias, sinusites, pneumonias. O diagnóstico do resfriado é essencialmente clínico sem necessidade de exames complementares e o tratamento é apenas de suporte para os sintomas já que não existem medicamentos específicos para a maioria desses vírus.
A gripe é causada pelo vírus influenza e tem manifestações clínicas mais intensas que o resfriado comum como febre alta, prostração, dor muscular, dor de cabeça, calafrios, vômitos, dor abdominal, fadiga, tosse. Da mesma forma que nos resfriados, nas gripes também podem ocorrer complicações bacterianas, sinusites, otites médias, pneumonias. É importante lembrar que mesmo sendo as doenças virais infecções autolimitadas, isto é, independente do tratamento tendem a evoluir bem em cerca de 5 a 7 dias, a fadiga e a tosse podem permanecer por semanas. No caso do vírus influenza existe tratamento específico antiviral para crianças acima de um ano de idade mas que deve ser prescrito após identificação do vírus em até 48 h do início dos sintomas.
É importante salientar que doenças virais respiratórias NÃO SÃO TRATADAS COM ANTIBIÓTICOS.
As medidas habituais de higiene como lavagem das mãos, evitar contato com secreções respiratórias de pessoas doentes e convivência com grande número de outras crianças em ambientes fechados ajudam a evitar a repetição das gripes e resfriados. Sendo assim, algumas vezes a permanência em creches para crianças muito pequenas que estão adoecendo com muita frequência precisa ser discutida. Não existem evidências até o presente momento que o consumo de vitamina C seja benéfico para reduzir a frequência ou gravidade dessas infecções. Como são infecções por agentes virais as pessoas não adoecem se andam descalças, se consomem bebidas geladas ou se são expostas a correntes de ar. É preciso haver contanto com o agente viral para que os sintomas se desenvolvam.